quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

mais um

acordei sonhando.
ou melhor, sonhando acordei.
não era pra ter sonhado aquilo, ou com aquela pessoa sabe.
maldita pessoa que inventou de aparecer do nada, e denovo.
não quero. não que-ro.
mas né, sonho agente não programa.
enfim, passou. pensei nisso, mas passou.

a mãe chegou em casa. - lá vem mais tensão.
tá, teve discussão, e eu mais uma vez não consegui falar baixo e em bom nível.
comigo é na base de gritaria. baixaria total.
mas acho que no fim, a coisa tá acalmando. OU NÃO.

preciso é morar longe, bem longe.





quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

dentro de casa, dentro do coração

fazia muito tempo que eu não aparecia por aqui.
esperei a bomba estourar pra vir aqui botar tudo pra fora.
tá, não é uma mega bomba, mas o que eu tô passando não é bem fácil também.
ainda mais quando a porra do problema é dentro de casa.
aturar.
odiar botar o pé dentro de casa.
silêncio.
mais silêncio.
e pra acabar logo com o silêncio: mais uma puta discussão.
2 dias já.
e eu já não sei mais o que fazer.
dá só vontade de fugir pra bem longe e morrer numa praia deserta, eu e o meu vinho.
uma coisa meio pirata assim.
enfim.
que venha amanhã.
já não espero mais nada.




terça-feira, 19 de abril de 2011

bela flor

A Flor que vem me lembrar
A Flor que e quase igual
A Flor que muito pensa
A Flor que fecha o Sol

Parece a mesma flor
Só muda o coração
Quando se unem são
A Flor que inspirou a canção

Bela Flor, pouco disse
Gêmea Flor, que cresceu no rio
Bela Flor, pouco disse
Gêmea Flor, que cresceu no rio

Que dance a linda flor girando por aí
Sonhando com amor sem dor, amor de flor
Querendo a flor que é, no sonho a flor que vem
Ser duplamente flor, encanta colore e faz bem

Bela Flor, pouco disse
Gêmea Flor, que cresceu no rio
Bela Flor, pouco disse
Gêmea Flor, que cresceu no rio

Oh flor, se tu canta essa canção
Todo o meu medo se vai pro vão
Pra longe, longe que eu não quero ir
Mas deixe seu rastro pólen, flor pra eu poder te seguir

Bela Flor, pouco disse
Gêmea Flor, que cresceu no rio
Bela Flor, pouco disse
Gêmea Flor, que cresceu no rio


Bela Flor - Maria Gadú



sexta-feira, 15 de abril de 2011

um novo livro

Fazia tanto tempo que eu não me sentia assim, tão viva.
Apareci na escuridão de alguém, e alguém na minha.

Eu não sei se vai durar a eternidade. - prefiro viver sem saber!
Ou apenas o tempo necessário pra ser bom.
E esse não saber é o que me dá mais vontade de ir com tudo, de correr até ao tesouro e me fartar!

Decidi ser feliz mais uma vez,
e da maneira que for.
Me permitir, ir mais fundo.


E vou!




a minha felicidade não é a sua

No mais recente livro de Carlos Moraes, o ótimo Agora Deus vai te pegar lá fora, há um trecho em que uma mulher ouve a seguinte pergunta de um major: "Por que você não é feliz como todo mundo?".
A que ela responde mais ou menos assim: "Como o senhor ousa dizer que não sou feliz? O que o senhor sabe do que eu digo para o meu marido depois do amor? E do que eu sinto quando ouço Vivaldi? E do que eu rio com meu filho? E por que mundos viajo quando leio Murilo Mendes?
A sua felicidade, que eu respeito, não é minha, major".
E assim é.
Temos a pretensão de decretar quem é feliz ou infeliz de acordo com nossa ótica particular, como se felicidade fosse algo que pudesse ser visualizado.
Somos apresentados a alguém com olheiras profundas e imediatamente passamos a lamentar suas prováveis noites insones causadas por problemas tortuosos. Ou alguém faz uma queixa infantil da esposa e rapidamente decretamos que é um fracassado no amor, que seu casamento deve ser um inferno, pobre sujeito.
É nessas horas que junto as pontas dos cinco dedos da mão e sacudo-a no ar, feito uma italiana indignada: mas que sabemos nós da vida dos ouitros, catzo?
Nossos momentos felizes se dão, quase todos, na intimidade, quando ninguém está nos vendo.
O barulho da chave da porta, de madrugada, trazendo um adolescente de volta pra casa.
O cálice de vinho oferecido por uma amiga com quem acabamos de fazer as pazes.
Sentar no cinema, sozinha, para assistir o filme tão esperado.
Depois de anos com o coração em marcha lenta, rever um ex-amor e descobrir que ainda é capaz de sentir palpitações.
Os acordos secretos que temos com com filhos, netos, amigos.
A emoção provocada por uma frase de um livro.
A felicidade de uma cura.
E a infelicidade aceita como parte do jogo - ninguém é tão feliz quanto aquele que lida bem com suas precariedades.
O que sei eu sobre aquele que parece radiante e aquela outra que parece à beira do suicídio?
Eles podem parecer o que for e eu seguirei sem saber de nada, sem saber de onde eles extraem prazer e dor, como administram seus azedumes e seus êxtases, e muito menos por quanto anda a cotação de felicidade em suas vidas. Costumamos julgar roupas, comportamento, caráter - juízes indefectíveis que somos da vida alheia-, mas é um atrevimento nos outorgarmos o direito de reconhecer, apenas pelas aparências, quem sofre e quem está em paz.
A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém.
Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã.

Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só se permitirmos.


Martha Medeiros




sexta-feira, 1 de abril de 2011

oscila

A oportunidade aparece aqui na minha mão, e não só uma vez. Várias. E eu não sei aproveitar. Não sei entender o porque de todas as vezes eu ir pro caminho errado, o caminho fácil tá ali, direitinho e marcado no mapa, é só seguir. É a roupa que botar todo santo dia. É a forma de arrumar o cabelo. Decidir o que comer. E principalmente decidir se quero feliz. - isso sim é difícil. Eu quero, eu sei que quero. Mas as opções que eu tô tendo não me completam a tal ponto. Tá dando pra me entender? Não né? Nem eu me entendo! Eu preciso escolher. Mas essas escolhas ainda não me tiram da dúvida se é pra ser, se vai ser. Pra saber tem que arriscar né? Eu sei. Mas ainda tá difícil.




sexta-feira, 26 de novembro de 2010

saudades

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades.
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei.
Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser.
Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro.
Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser.
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei.
De quem disse que viria e nem apareceu, de quem apareceu correndo sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito.
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus, de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre.
Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive, mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas que nem sei se existiram.
Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências.
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia, e que me amava fielmente como só os cães são capazes de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar!
Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que, não sei onde, para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi.

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades.
Em japonês, em russo, em italiano, em inglês.
Mas que minha saudade, por eu ter nascido no Brasil, só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente quando estamos desesperados, para contar dinheiro, fazer amor, declarar sentimentos fortes, seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I miss you", ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades.
Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis!
De que amamos muito o que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência.



Clarice Lispector

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